2017-03-06
Com especial enfoque no Património Arquitetónico das Cidades Portuguesas no Séc. XX, entre 1910-1974, a exposição “Cidade e Arquitetura” contempla os trabalhos de investigação desenvolvidos pelos jovens arquitetos que participaram na 2ª edição do Programa de Bolsas de Investigação para jovens arquitetos. São estes os projetos que dão corpo a uma exposição que estará patente até 31 de Março no Palacete Viscondes de Balsemão, no Porto. O arranque desta exposição é marcado com uma tertúlia que dá a conhecer, em pormenor, dois dos projeto de investigação vencedores. Em destaque estarão projetos de investigação que incidem sobre as (infra) estruturas de produção energética no sistema urbano do Porto e a importância do Rio Leça na construção da identidade industrial da Maia.
Realizado pela arquiteta Daniela Alves Ribeiro, o projeto de investigação que incide sobre (infra) estruturas de produção energética no Porto procura «compreender o processo de industrialização do Porto o qual implica o entendimento das dinâmicas infraestruturantes a jusante e a montante. O abastecimento de carvão fora sempre entendido como de algo de carácter residual, no entanto suporta todo o processo de infraestruturação industrial. Importa pois perceber as lógicas inerentes ao abastecimento de combustível para uso doméstico, à indústria, bem como à produção de energia elétrica na, e para, a Cidade».
Já Júlio Faria Senra, autor do projeto de investigação sobre a dinâmica territorial de implantação de unidades industriais ao longo do rio Leça na Maia, defende que «a Maia de final do séc. XIX e princípio do séc. XX, era uma terra despojada da sua anterior grandeza, e que vagueava ao sabor do esforço agrícola diário. Num território essencialmente rural e agrícola, as unidades industriais foram agentes ativos na mudança de paradigma da paisagem, criação de emprego e fixação de pessoas. Entre a ponte da Pedra e a ponte dos Moinhos da Lage, implantaram-se na margem do rio Leça uma fábrica de moagem e fábrica de massas alimentícias, uma fábrica de curtumes, uma refinaria de azeite e fábrica de extração de óleos vegetais e duas fábricas têxteis».
A tertúlia que marca o arranque desta exposição que estará patente no Palacete Viscondes de Balsemão até 31 de Março, conta com a presença de Pedro Hébil, vogal do Conselho Diretivo Regional Sul, responsável pelo pelouro dos Prémios e Concursos de Arquitetura, Álvaro Domingues, Geógrafo, Professor e Investigador na FAUP e membro do Júri do Programa de Bolsas “Cidade e Arquitetura”, Daniela Alves Ribeiro, Bolseira e autora do trabalho de investigação “(Infra) estruturas de produção energética – o Carvão no sistema urbano do Porto”, Júlio Senra, Bolseiro e autor do trabalho de investigação “O Rio Leça e a Identidade Industrial da Maia” e Cláudia Antunes, representante do Conselho Diretivo Regional do Norte da Ordem dos Arquitetos.
